A PF cumpre dois mandados de busca e apreensão: um no apartamento funcional de Mariângela Fialek em Brasília e outro em uma sala utilizada por ela na Câmara dos Deputados. As ordens foram autorizadas pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, o deputado Arthur Lira não é alvo da operação.
Mariângela Fialek, formada em Direito e com quase 20 anos de atuação no assessoramento legislativo, atualmente está lotada no gabinete da liderança do PP na Câmara, partido presidido nacionalmente por Lira. Seu salário bruto é de R$ 23.732,92.
Durante a presidência de Lira na Casa (2021-2023), período em que vigorava o Orçamento Secreto – mecanismo proibido pelo STF em 2022 –, Tuca era apontada por deputados e senadores como a pessoa responsável por receber pedidos de liberação de emendas de relator e coordenar o atendimento aos aliados.
Além da função na Câmara, Fialek acumulou cargos em estatais durante o mesmo período: integrou o Conselho Fiscal da Codevasf – companhia conhecida como “estatal do Centrão” por concentrar grande volume de emendas parlamentares – e também ocupou cadeira no Conselho Fiscal da Caixa Econômica Federal, banco cujo atual presidente, Carlos Vieira, foi indicado por Arthur Lira.
A investigação apura os crimes de peculato, falsidade ideológica, uso de documento falso e corrupção. Entre os indícios reunidos pela PF estão depoimentos de parlamentares que relataram irregularidades no encaminhamento de emendas. Já prestaram esclarecimentos à Polícia Federal o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e os deputados Adriana Ventura (Novo-SP), José Rocha (União-BA) e Glauber Braga (PSOL-RJ).
O inquérito tramita na Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da PF, mesma unidade responsável por investigações de alta sensibilidade política, como o "plano golpista" articulado após as eleições de 2022.
Procurados, Arthur Lira e Mariângela Fialek não se manifestaram até a publicação desta matéria.
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