Jornal Internacional Denuncia Alexandre de Moraes e STF por Ações Contra a Direita

Foto: Reprodução 

O jornal norte-americano New York Times publicou, no domingo, (22/04), uma reportagem que destaca as “táticas agressivas” do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em suas ações contra figuras conservadoras no Brasil. Assinada pelo correspondente Jack Nicas, a matéria aponta o magistrado como uma figura central em um debate sobre os limites da luta contra a direita no país.

“Moraes impulsionou investigações e processos, bem como o silenciamento nas redes sociais, de qualquer pessoa considerada por ele uma ameaça às instituições brasileiras”, escreveu Nicas. Segundo o jornalista, enquanto parte da esquerda brasileira o vê como “o homem que salvou a jovem democracia brasileira”, uma parcela significativa da população considera suas ações uma ameaça. “A abordagem agressiva e a expansão da autoridade de Moraes fizeram dele uma das pessoas mais poderosas do país, e também o colocaram no centro de um debate complicado no Brasil sobre até que ponto se pode ir para lutar contra a extrema direita”, observou.

A reportagem lembra decisões polêmicas de Moraes, como a prisão sem julgamento de indivíduos por ameaças nas redes sociais, a liderança no julgamento que condenou o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) a quase nove anos de prisão por ameaçar o STF, ordens de busca e apreensão contra empresários com poucas evidências de irregularidades, a suspensão do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) e o bloqueio monocratico de dezenas de contas e milhares de publicações nas redes sociais, sem transparência ou possibilidade de recurso.

Nicas destaca que, após as manifestações de janeiro, Moraes intensificou suas ações. “Na sua caça em nome da justiça depois das manifestações deste mês, Moraes se tornou mais audacioso”, afirmou. “Suas ordens para banir vozes influentes on-line se proliferaram. Suas ações se encaixam em uma tendência mais ampla da Suprema Corte de aumentar o próprio poder.”

O texto também recorda a portaria de 2019, emitida pelo então presidente do STF, Dias Toffoli, que autorizou a Corte a abrir seus próprios inquéritos, ampliando drasticamente sua jurisdição. O primeiro deles, conhecido como o inquérito das “fake news”, inicialmente obrigou a revista Crusoé a retirar do ar uma reportagem que associava Toffoli a uma investigação de corrupção. Mais tarde, Moraes redirecionou o foco para a “desinformação” nas redes, especialmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, o que lhe conferiu um papel de grande relevância na política brasileira.

Esse protagonismo se intensificou em 2022, quando Moraes assumiu a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o período eleitoral. “Nessa função, Moraes se disse o maior guardião — e cão de guarda — da então, democracia brasileira”, escreveu Nicas.

Recentemente, o ministro ordenou a remoção de contas de pelo menos cinco parlamentares federais, empresários e diversos influenciadores de direita, incluindo o popular apresentador de podcast Monark. “As ordens de Moraes para remover contas não especificam o motivo, de acordo com uma cópia de uma ordem obtida pelo New York Times”, relatou o correspondente. Usuários afetados recebem apenas uma notificação de suspensão por ordem judicial, com a recomendação de buscar assistência legal.

Redação

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