No último sábado, (19), a Polícia Civil de Minas Gerais deteve em flagrante um homem de 39 anos e uma mulher de 36 anos suspeitos de envolvimento no abandono de um recém-nascido encontrado em um terreno baldio em Angelândia, no Vale do Jequitinhonha. A ação policial ocorreu após a descoberta do bebê no Bairro Vila Nova.
Os suspeitos, que são mãe e padrasto de uma adolescente de 16 anos, residem em um terreno vizinho ao local onde o recém-nascido foi abandonado. A jovem é apontada como possível mãe do bebê, e as autoridades investigam a relação dela com o caso. A prisão do casal intensifica as apurações para esclarecer as circunstâncias do abandono.
De acordo com a Polícia Civil, o recém-nascido do sexo masculino foi encontrado no terreno, sendo atacado por cães. Dois moradores da região avistaram a cena, intervieram para afastar os animais e acionaram as autoridades, que atenderam a ocorrência imediatamente.
O recém-nascido chorava intensamente e já havia perdido parte de uma orelha e um dos pés. Em estado grave, ele foi transferido de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde permanece internado sob cuidados intensivos.
De acordo com relatos colhidos pela polícia, tanto a mãe quanto o padrasto da adolescente chegaram a ver o bebê chorando no terreno baldio, na manhã de sábado. No entanto, segundo as testemunhas, o casal deixou o local sem oferecer qualquer tipo de auxílio à criança.
De acordo com relatos colhidos pela polícia, tanto a mãe quanto o padrasto da adolescente chegaram a ver o bebê chorando no terreno baldio, na manhã de sábado. No entanto, segundo as testemunhas, o casal deixou o local sem oferecer qualquer tipo de auxílio à criança.
Após o resgate do bebê, os policiais se dirigiram até a residência da família suspeita, mas não encontraram nenhum dos moradores. A casa estava com a porta entreaberta e, durante a vistoria, os agentes encontraram uma toalha com grandes manchas de sangue no quarto identificado como sendo da adolescente.
A família foi localizada na zona rural do município, na casa de parentes. Durante a abordagem, a adolescente, que usava uma cinta abdominal, negou ter passado por um parto, alegando que utilizava o acessório apenas com a intenção de afinar a cintura. Tanto a mãe quanto o padrasto afirmaram não ter conhecimento da gravidez da jovem.
A adolescente foi levada a uma policlínica para a realização de exames médicos. De acordo com o laudo, ela "apresentava lacerações perineais e saída ativa de sangue". O exame de toque revelou "colo de volume aumentado, anterior, com orifício interno e externo dilatados, além de sangue".
A jovem foi apreendida por ato infracional equivalente ao crime de tentativa de homicídio qualificado. Conforme informou a Polícia Civil, após prestar depoimento, ela "aguarda decisão do Ministério Público para dirimir sobre sua eventual internação".
A mãe e o padrasto da adolescente foram levados para a delegacia, onde prestaram depoimentos. Ambos foram presos em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio qualificado e permanecem presos.
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os dois foram encaminhados neste domingo (20) ao presídio de Capelinha, onde permanecem à disposição da Justiça.
O bebê segue internado em estado grave no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, sob acompanhamento médico.
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Polícia e Justiça