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Foto: Breno Esaki/ Agência saúde DF |
Em 2021, Anthony Hoover, conhecido como TJ, de 33 anos, acordou em um hospital no estado norte-americano de Kentucky e encontrou pessoas “raspando seu peito, banhando seu corpo em solução cirúrgica e falando sobre a colheita de seus órgãos”. O caso, que chocou a família e ex-funcionários de uma organização de doação de órgãos, levanta sérias questões sobre os protocolos de doação nos Estados Unidos e está sob investigação em níveis estadual e federal.
O Incidente
TJ foi internado em 2021 após uma overdose. Seus familiares relatam que os médicos tentaram de tudo, mas o diagnóstico foi devastador: “dano cerebral, falta de reflexos, olhos vazios”. Segundo a irmã de TJ, Donna Rhorer, a equipe médica afirmou que ele estava com morte cerebral, uma conclusão registrada em seus prontuários, e planejava retirar o suporte vital.
Registrado como doador de órgãos, TJ era jovem e relativamente saudável. A família foi contatada pela Kentucky Organ Donor Affiliates (Koda), hoje chamada Network for Hope, que destacou “todas as vidas que ele poderia salvar enquanto a dele estava terminando”. Após reflexão, a família consentiu com a doação, respeitando o desejo de TJ.
Em 29 de outubro de 2021, TJ foi levado ao centro cirúrgico do hospital Baptist Health, em Richmond, para um procedimento de cinco horas. Contudo, menos de duas horas depois, um membro da equipe informou à família: “Ele não está pronto. Ele acordou.” Para a família, foi um milagre.
Alegações de Irregularidades
Ex-funcionários da Koda envolvidos no caso afirmam que houve uma grave “quebra de confiança”. Um deles descreveu a situação como um “desastre”, alegando que TJ, que fazia contato visual, balançava a cabeça para dizer “não” e se debatia na mesa, “nunca deveria ter estado na sala de cirurgia”. Semanas após o incidente, TJ deixou o hospital e voltou a viver com a família, desafiando as expectativas médicas.
Detalhes perturbadores, incluindo alegações de pressão para colher os órgãos apesar de sinais de consciência, levaram o procurador-geral do Kentucky a investigar possíveis acusações criminais. A nível federal, a Health Resources and Services Administration, por meio da Organ Procurement and Transplantation Network, também conduz uma investigação. Um subcomitê bipartidário do Congresso dos EUA, informado sobre o caso, está examinando o incidente.
Resposta das Instituições
O hospital Baptist Health recusou entrevistas, mas declarou que “a segurança de nossos pacientes é sempre nossa maior prioridade. Trabalhamos em estreita colaboração com nossos pacientes e suas famílias para garantir que seus desejos para doação de órgãos sejam atendidos”. A Koda, agora Network for Hope, afirmou que revisou o caso e “permanece confiante de que as práticas aceitas e os protocolos aprovados foram seguidos”. A organização também alega que o caso foi “representado de forma imprecisa”, incluindo por “indivíduos nunca envolvidos com este caso”.
Críticas ao Sistema
Críticos do sistema de doação de órgãos dos EUA alertam que a história de TJ não é um caso isolado. Sem reformas significativas e maior fiscalização, há temores de que incidentes semelhantes possam se repetir, colocando em risco a confiança no processo de doação. “Nem todos os pacientes terão a sorte de sobreviver”, alertam especialistas.
O caso de TJ Hoover destaca a necessidade de revisão rigorosa dos protocolos de diagnóstico de morte cerebral e da comunicação entre hospitais e organizações de doação de órgãos, para garantir que tragédias evitáveis sejam prevenidas.
O Incidente
TJ foi internado em 2021 após uma overdose. Seus familiares relatam que os médicos tentaram de tudo, mas o diagnóstico foi devastador: “dano cerebral, falta de reflexos, olhos vazios”. Segundo a irmã de TJ, Donna Rhorer, a equipe médica afirmou que ele estava com morte cerebral, uma conclusão registrada em seus prontuários, e planejava retirar o suporte vital.
Registrado como doador de órgãos, TJ era jovem e relativamente saudável. A família foi contatada pela Kentucky Organ Donor Affiliates (Koda), hoje chamada Network for Hope, que destacou “todas as vidas que ele poderia salvar enquanto a dele estava terminando”. Após reflexão, a família consentiu com a doação, respeitando o desejo de TJ.
Em 29 de outubro de 2021, TJ foi levado ao centro cirúrgico do hospital Baptist Health, em Richmond, para um procedimento de cinco horas. Contudo, menos de duas horas depois, um membro da equipe informou à família: “Ele não está pronto. Ele acordou.” Para a família, foi um milagre.
Alegações de Irregularidades
Ex-funcionários da Koda envolvidos no caso afirmam que houve uma grave “quebra de confiança”. Um deles descreveu a situação como um “desastre”, alegando que TJ, que fazia contato visual, balançava a cabeça para dizer “não” e se debatia na mesa, “nunca deveria ter estado na sala de cirurgia”. Semanas após o incidente, TJ deixou o hospital e voltou a viver com a família, desafiando as expectativas médicas.
Detalhes perturbadores, incluindo alegações de pressão para colher os órgãos apesar de sinais de consciência, levaram o procurador-geral do Kentucky a investigar possíveis acusações criminais. A nível federal, a Health Resources and Services Administration, por meio da Organ Procurement and Transplantation Network, também conduz uma investigação. Um subcomitê bipartidário do Congresso dos EUA, informado sobre o caso, está examinando o incidente.
Resposta das Instituições
O hospital Baptist Health recusou entrevistas, mas declarou que “a segurança de nossos pacientes é sempre nossa maior prioridade. Trabalhamos em estreita colaboração com nossos pacientes e suas famílias para garantir que seus desejos para doação de órgãos sejam atendidos”. A Koda, agora Network for Hope, afirmou que revisou o caso e “permanece confiante de que as práticas aceitas e os protocolos aprovados foram seguidos”. A organização também alega que o caso foi “representado de forma imprecisa”, incluindo por “indivíduos nunca envolvidos com este caso”.
Críticas ao Sistema
Críticos do sistema de doação de órgãos dos EUA alertam que a história de TJ não é um caso isolado. Sem reformas significativas e maior fiscalização, há temores de que incidentes semelhantes possam se repetir, colocando em risco a confiança no processo de doação. “Nem todos os pacientes terão a sorte de sobreviver”, alertam especialistas.
O caso de TJ Hoover destaca a necessidade de revisão rigorosa dos protocolos de diagnóstico de morte cerebral e da comunicação entre hospitais e organizações de doação de órgãos, para garantir que tragédias evitáveis sejam prevenidas.
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