Em Mensagem Anônima, Flávio Dino é Chamado de Rocambole do Inferno

Foto: Gustavo Moreno/STF

Durante sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (22/5), o ministro Flávio Dino trouxe à tona um comentário ofensivo recebido pela ouvidoria da Corte, no qual foi chamado de “rocambole do inferno”. A leitura ocorreu enquanto o ministro proferia seu voto em um julgamento sobre a criação de cargos operacionais nos tribunais de contas dos Estados de São Paulo e Goiás. Dino usou o episódio para ilustrar o que classificou como “tempos de ódio” na sociedade.

O comentário, enviado sem identificação, continha uma série de ofensas e acusações. “‘O ladrão, esse bandido, estava nas ruas pedindo a anistia para ladrão de banco, assassinos’. Aí cita, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Dilma Rousseff e outros. Eu tinha 11 anos e posso garantir que estava jogando bola, brincando de carrinho. Ele disse que eu sou canalha (…) Ele me chama de Rocambole do inferno”, leu o ministro, destacando o teor agressivo da mensagem.

Apesar da gravidade, Dino tratou o comentário com um toque de humor, classificando-o como criativo e “até poético”. Ele brincou: “Vou perguntar para minha esposa o que ela acha, e ela vai dizer: ‘Você é meu rocambole, não do inferno’”. No entanto, o tom leve deu lugar a uma reflexão séria quando o ministro revelou que o mesmo comentário sugeria que ele deveria “apanhar até perder os dentes”.

Ao compartilhar o caso com os demais ministros, Dino enfatizou a necessidade de compreender o “espírito do tempo”, marcado por um “cultivo de ódios e desvarios” que, segundo ele, atingem uma “escala criminosa, delituosa”. Ele alertou para os perigos das redes sociais, onde as “caixas de comentários” podem ganhar “densidade” ao influenciar mentes e se transformar em “força material” com consequências práticas.

O ministro destacou a importância de considerar esses impactos ao julgar casos no STF, reforçando que a Corte deve estar atenta às implicações sociais de seus julgamentos em um contexto de crescente polarização e hostilidade.

Redação

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