Deputado do Maranhão é Investigado Por Receber Mais de R$ 5 milhões em Fraude do INSS

Foto: Reprodução

O deputado estadual Edson Araújo (PSB), do Maranhão, está no centro de uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de recebimento de mais de R$ 5 milhões de entidades envolvidas em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os valores, segundo as autoridades, teriam sido pagos entre maio de 2023 e maio de 2024, em transações consideradas atípicas e que levantaram suspeitas de irregularidades.

Araújo, que preside a Federação das Colônias dos Pescadores do Estado do Maranhão e ocupa o cargo de segundo vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores de Pesca e Aquicultura (CBPA), é apontado como participante de um esquema que envolve descontos indevidos em benefícios do INSS. A CGU identificou que a CBPA, principal entidade investigada, arrecadou R$ 99 milhões a partir de 2023, após a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o INSS, em setembro de 2022. O acordo permitia descontos de mensalidades associativas diretamente na folha de pagamento de aposentados, muitos dos quais, segundo a PF, não autorizaram as cobranças, especialmente em áreas rurais.

As investigações revelam que Edson Araújo teria recebido R$ 5,4 milhões da Federação das Colônias dos Pescadores do Maranhão, que, por sua vez, foi beneficiada com R$ 400 mil provenientes da CBPA. Relatórios da PF sugerem que parte desses valores foi devolvida à entidade, o que reforça a suspeita de operações financeiras irregulares. “Pelo histórico de ocupação dos cargos públicos/políticos, é possível inferir que a arquitetura dos fatos, muito possivelmente, se deu no exercício das funções públicas, uma vez que, de alguma forma, sempre ligados à área de atuação da CBPA”, destaca o relatório da Polícia Federal.

Com foro privilegiado por ser deputado estadual, o caso foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para análise. A investigação aponta que o esquema transformou o INSS em uma “indústria de descontos indevidos”, segundo a CGU, afetando diretamente aposentados e pensionistas. Edson Araújo foi procurado pela imprensa para esclarecimentos, mas não respondeu às tentativas de contato.

O caso reacende o debate sobre a transparência no uso de recursos públicos e a necessidade de maior fiscalização em acordos de cooperação técnica envolvendo entidades associativas. As autoridades seguem apurando a extensão do esquema, que pode envolver outros agentes públicos e entidades, enquanto a sociedade cobra respostas e justiça diante das graves acusações.

Redação

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