Foto: Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images |
O Hamas “está pronto para uma troca de prisioneiros [reféns israelenses por prisioneiros palestinos] em uma única operação e para uma trégua de cinco anos”, declarou um de seus líderes à AFP.
No dia 17 de abril, o Hamas recusou uma proposta de Israel que previa uma trégua de 45 dias em troca da liberação de dez reféns mantidos vivos desde os ataques de 7 de outubro.
No sábado, o líder do Hamas, Taher al-Nounou, reafirmou que o grupo exige um acordo “abrangente”, que envolva o fim dos ataques, a retirada total das forças israelenses, a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e a liberação da entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Israel, que ainda não respondeu oficialmente ao pedido de uma trégua prolongada, mantém como exigência a libertação de todos os reféns e o desarmamento do Hamas, organização que as Forças Armadas israelenses juraram eliminar. O grupo palestino, por sua vez, rejeita qualquer possibilidade de entregar suas armas.
De acordo com a Defesa Civil Palestina, ao menos 17 pessoas morreram na manhã deste sábado na Faixa de Gaza. Israel retomou sua ofensiva militar na região em 18 de março, após uma trégua de dois meses, com o argumento de pressionar o Hamas a libertar os reféns.
Dez pessoas perderam a vida após um bombardeio atingir uma residência na Cidade de Gaza, no norte do território, informou Mahmoud Bassal, porta-voz da Defesa Civil local. Segundo ele, muitas vítimas ainda estão soterradas entre os escombros. Imagens captadas pela AFP mostram palestinos utilizando uma serra circular para cortar a estrutura metálica do edifício e retirar, ao menos, um corpo dos destroços.“Todos dormiam e, sem nenhum aviso, vimos a casa desabar sobre nós. Ouviram-se gritos, e aqueles que ainda conseguiam respirar pediram socorro, mas ninguém veio”, disse Umm Walid al-Khour, um membro da família. “A maioria das vítimas era crianças, que morreram asfixiadas pelo bombardeio”, acrescentou.
Até o momento, as Forças Armadas de Israel não se pronunciaram sobre o ataque.
Desde 2 de março, Israel interrompeu completamente o envio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, deixando os 2,4 milhões de habitantes — a maioria já deslocada pelo conflito — vulneráveis à fome e à severa falta de serviços de saúde, segundo informações das Nações Unidas.
Na sexta-feira (25), Philippe Lazzarini, chefe da agência da ONU para refugiados (UNRWA), denunciou o que chamou de “uma fome causada pelo homem e motivada por razões políticas”.Este bloqueio “deve acabar (…) vidas dependem dele” , destacou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ataque inédito do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, deixou 1.218 mortos no lado israelense, a maioria civis, segundo levantamento da AFP com base em dados oficiais.
Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro, 58 continuam em cativeiro em Gaza, sendo que 34 delas já foram confirmadas como mortas, segundo o exército israelense.
Segundo informações divulgadas neste sábado pelo Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, 2.111 palestinos morreram desde que Israel retomou sua ofensiva em 18 de março, elevando o total de vítimas fatais em Gaza, desde o início do conflito, para 51.495.
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